terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Passivinha!

Eu não quero ter um blog, não gosto de ter que pensar em escrever compromissadamente, muito menos ter que passar pela ansiedade em ser ou não lida, comentada, julgada e debatida.
Mas ultimamente - em particular no trabalho - por mais que eu não queira chamar a atenção, acabo sendo o assunto. Então trocando email com uma colega, fiz o seguinte comentário: "Já que vão falar de mim, que seja ao menos eu a fornecer o enredo". Ah, entendi, tudo é uma questão de manter o controle, mesmo que seja através da profunda exposição.
Aí, putz, já era. Fiz comentário sobre a vida lésbica em clãs, falei de colegas de trabalho, conchavei, especulei, formei alianças e irritei ainda mais aos desafetos. O resultado foram boas risadas e uma crise de ansiedade, aumentada ao fato que já tenho duas semanas em que não consigo ir ao terapeuta. Hoje a tarde já não sabia se seria promovida ou transferida... rs. O problema de ser corajosa é que tenho medo, muito medo!
Ainda que pareça que quero ter o controle, tudo mentira. Aliás, resolvi virar passiva. Tudo começou de uma conversa com uma colega, que comentou que para relacionamentos darem certo, deve haver compatibilidade: se uma gosta de bater, a outra gosta de apanhar. Bom, na hora eu dei uns passos pra trás, bem ao estilo "não, não quero apanhar", mas depois surgiu um será que não?, seguido de pesquisas a sites sadomasoquistas, acompanhados de grandes fantasias com essa mesma colega. Confuso?! Opa!!. Mas aí me dei conta de que na verdade ela falava em sexo e não em fetiche e tava falando analogicamente que é ativa e só sai com passivas. Ah, tá, então preciso ser passiva... Saco! (bom, vai doer menos que ser masoquista).
Então tá, passiva desde criancinha! Aí uma outra colega disse que "lamenta, mas mulheres 'assim' só saem com menininhas". Então decidi que além de passivinha, sou menininha. Meu, dá trabalho. Que poooorre!! Agora to deitada com o cabelo todo enroladinho escovado, enrolado e preso com grampos. Convenhamos, isso é super masoquista. Toda mulherzinha adora um sofrimento. As unhas vermelhas eu to achando até bacana, as roupas novas são legais, mas to com essa certeza macabra de que a qualquer momento o grampo vai perfurar meu crânio.
Voltando, agora sou passiva. Como to sem namorada pra treinar, criei o método Vidal para assimilação da passividade, consistindo, resumidamente, em não lavar a louça. Ela fica lá na pia, toda de molho, molhada, eu a olho e digo: vc não tá achando que vou por a mão aí, né? Por hora tenho conseguido não lavar nada, mas estou com conflito de interesses entre minhas novas características de personalidade: Convenhamos, menininhas passivinhas não acumulam louça suja na pia: são limpas e impecáveis. Por outro lado, não posso lavar louça. Mulheres de unha impecáveis não podem se dar a esse luxo. Poxa, será que toda menininha passivinha tem faxineira?
Inferno, preciso de uma máquina de lavar louças!