As vezes algumas músicas representam momentos. Ao ouvir esta música pela primeira vez, senti uma certa nostalgia, uma saudadezinha de algo que nem tinha vivido, uma certa ausência dessas que todo mundo sente e nem sabe o porquê.
Acho que, no fundo, somos vazios e insatisfeitos por natureza.
Arrisco a dessa vez colocar no plural e não falar só por mim. Me parece
mais uma dessas coisas da natureza humana, que faz com que a Suíça
tenha um alto índice de suicídios: a vida não pode ser certinha demais.
Precisamos
de um contraponto, um contrapeso, uma contrariedade. A adversidade nos
humaniza, nos faz acordar, sair da cama e viver. Se para tal não houver
lutas, definhamos e morremos.
É,
precisamos de um sofrimento. Chorar por amor, por perdas, por derrotas,
por fracassos. Precisamos sofrer pra saber que estamos vivos. A
depressão nos acalanta e mobiliza. É sempre no fundo do poço que
encontramos o alicerce dos nossos maiores impulsos e avanços.
E
músicas nos representam momentos. Nem sempre nos dizem o que querem
dizer, muitas vezes nossos corações sabem dar sentidos que sentidos
outros não sabem. Essa música de despedida representa pra mim, ao
contrário, um momento de reinício. Claro que no final das contas faz
todo sentido, um ciclo que se fecha e outro que se abre, as boas vindas
sempre acompanhadas de algum adeus. O que importa é que esta despedida
me traz a boa sensação de "clear day", de ar com eucalipto,
brônquios expandidos. Respirem fundo, deixem o ar entrar pelas narinas,
sintam a vida em cada poro: o dia nasceu! Corram, vejam as boas novas. A
vida recomeça!!!
E falando em Clear Day, lembrei de Barbra Streisand. Então ambas ocuparão o post de hoje. São tudo o que sinto agora...
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