segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Sexo verbal não faz meu estilo (mentira!!!!!)

Tanta coisa que poderia ser dita hoje: do gozo tido, do contido, dos medos e aflições do dia seguinte, da mania masculina de achar que sexo a força é válido - NÃO, NÃO É - das amizades, similaridades e divergências, gemidos. Ah, sim, poderia falar de gemidos: a sincronia da respiração, o som que invade, antagoniza com toda a razão, domina e leva, induz, conduz e ensina. Ah, os gemidos: os pedidos, os suplícios, a palavra não dita, os segredos revelados, a música que invade e leva pra lá, bem lá, onde ninguém mais entra senão pelo mesmo som, desejo e harmonia.
É, hoje não to romântica! Não falo de gemidos com desejo, apenas cumpro uma certa tabela que não me excita. Deve ser assim com os homens e a mania de falar em sexo: não o fazem  por real excitação e desejo, mas para cumprir tabela máscula. No fundo é vazio e desnecessário. É, hoje tô pra outra coisa.
Dia atípico: notícias estranhas, amigas abertas, segredos ditos, segredos não ditos, impotência e confusão. Não posso resolver, não posso amar, confesso o que não ligo, nego até a morte o que posso. Um desses joguinhos suzannísticos que tão bem sei, que só eu determino as regras e que sempre, sempre, sempre, indubitavelmente, perco.
Indubitavelmente! E eu rindo aqui, palavra engraçada, de onde saio com essas? Ai, ai, o que nesse mundo é assim tão formalmente incontestável? Nem eu, muito menos eu, absolutamente eu que não. Sou patética, dessas tímidas que se encolhem e emudecem, pudicas e preservadas, ao som de qualquer questionamento. Digo sim, mudo de idéia, cedo, rasgo, creio que de verdade decepciono. E quem espera de mim uma grande heroína de folhetim lésbico, encontra enfim a mocinha amarrada aos trilhos, pronta para ser salva. Toda heroína precisa de outra, e meu peito não é de aço. Não, é pura manteiga! Só que não choro, só sangro, e isso é muito introspectivo.

"O amor me pegou e não descanso até pegar aquela criatura". Essa música não me sai da cabeça. Escapei do morno um pouquinho, duas vezes,  minha mãe chama de masturbação mental, ainda que se referindo a outra coisa - pensar bobagens - eu chamo sei lá eu de quê, de me aventurar nas verdades que há em mim, e que brocham a cada vez que a realidade se estampa na minha porta. Porque eu não posso ser real quando a realidade me acompanha. Não posso ser real de carne e osso, é demais pra mim, a realidade é meu personagem e não posso corrompe-lo. Não esperem que realmente eu seja o que sou - não, eu não sou. Eu sou morna, confusa, vazia e assustada, apática e triste. Eu não sou uma figura espirituosa, aberta, franca e no controle. Mentira! Tenho tudo tão guardado em camadas, camadas de cebola, dessas que fazem chorar... então não mexo, reservo. Me reservo ao direito de ser nada!


Mas será? "Será que ela quererá, será que ela quer, será que meu sonho influi? Será que meu plano é bom, será que é no tom, será que ele se conclui?" Conclui nada, mas eu penso, é de graça, é gostoso, e eu conto. Conto pq todo mundo gosta, diverte a mim, aos outros, rio dos meus próprios causos e mantenho a cebola intacta. Ninguém chora. Minha mãe diria que quem poupa o lobo sacrifica a ovelha. Mas se o homem é o lobo do homem, digo que sou eu mesma a loba de minha ovelha. Sou minha maior inimiga, e disso não abro mão.
Mas sexo verbal faz bem meu estilo. Palavras ditas, palavras ao vento, palavras que se conduzem sozinhas, que permeiam, floreiam e trazem promessas. Essa é a melhor hora: a palavra dita, a escondida, a esperada. Sim, eu acredito no verbo, sou puro verbo, vivo dele e pra ele, e sem ele nada sou. Eu sou verbo, não queiram mais de mim. "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava junto de Deus e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Tudo foi feito por ele, e sem ele nada foi feito. Nele havia a vida, e a vida era a luz dos homens. A luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam".

Sexo verbal não faz meu estilo... Mentira! Adoro a música, mas me recuso a mentir. Sexo verbal é bom, eleva a alma de um corpo que apenas sustenta. "Não quero lembrar que eu erro também. Um dia pretendo tentar descobrir porque é mais forte quem sabe mentir. Não quero lembrar que eu minto também..."
"Mas o poeta é um fingidor! E os que lêem o que escreve, na dor lida sentem bem, não as duas que ele teve, mas só a que eles não têm"


O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
Fernando Pessoa - reprodução










por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez.

Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens.

E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam.
João 1:1-5
No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.

Ele estava no princípio com Deus.

Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez.

Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens.

E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam.
João 1:1-5
No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.

Ele estava no princípio com Deus.

Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez.

Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens.

E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam.
João 1

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